domingo, 3 de fevereiro de 2013

To Rome With Love

Filme do ano passado, Para Roma com Amor é por enquanto a última aventura de Woody Allen em cidades européias. Narrado por Alec Baldwin e ambientado obviamente na Cidade Eterna, tem não uma, mas várias historietas que se passam durante o desenrolar. Esse talvez tenha sido seu maior pecado.
Como a maioria dos filmes do Woody Allen - pelo menos os que vi - o início é sempre animador. No caso, e não poderia ser diferente, hilário - um policial tentando coordenar o trânsito caótico de Roma. Daí, se ramificam os pequenos contos: o do morador de Roma, o do casal do interior que vai morar na capital, o dos turistas americanos, etc. Diferente dos outros - e últimos - filmes que tem como cenário a Europa, nesse o diretor também atua. Faz o papel de pai de uma mocinha norte-americana que, encantada com a atmosfera romana, se junta com um galanteador de lá. Na verdade, o papel é de um mala (casado com uma psicanalista mui bem interpretada por Jude Davis) que, embriagado no americanismo, vive um cômico conflito com o genro, amante do sindicalismo e do idealismo comunista.
Não foi um filme muito bem recebido pela crítica especializada pelo que li, mas claro que tem seus pontos positivos: Roma, o próprio Woody, a típica família romana, as historietas que fazem rir, entre outros; mas peca, ao meu ver, em querer contar tanta coisa em um espaço de hora e meia, como de praxe. Não senti a capital italiana como, por exemplo, senti Paris em Meia-noite em Paris - não que Roma exale romantismo ou coraçõezinhos, mas o cineasta não conseguiu fazer da Fontana di Trevi a chuva da Cidade Luz, se é que me entendem. Soa como metáfora, mas fica tudo trânsito romano: confuso, caótico, embora inteligente (não o tráfego, o filme) e bem-humorado. Com a genialidade peculiar, Allen quase consegue, mas falta tempo.