sábado, 17 de setembro de 2011

Karakter

Caráter, sob direção de Mark Van Diem, é uma produção holandesa de 1997, vencedora do Oscar de melhor filme estrangeiro no ano seguinte. A trama se passa em Roterdã nos anos 20 e é centrada na figura de Jacob, um advogado recém formado acusado de matar um inescrupuloso oficial de justiça.

Durante o interrogatório, Jacob Katadreuffe traz a justificativa para o suposto assassinato: Drevenhaven era seu pai e estava tentando destruir sua vida. A partir daí, o moço conta sua história, mostrando desde uma infância pobre até o êxito profissional na maturidade. A obra mostra Jacob passando por um sem número de complicações, na sua grande maioria causadas diretamente por Drevenhaven.
A relação pai-filho e a competição evidente entre os dois é o foco da película. É interessante também o conflito existente entre Jacob e sua mãe. A progenitora nutre um ódio referido ao rapaz, em decorrência de uma gravidez totalmente indesejada. Nota-se, a partir disso, surgir o impulso necessário para Jacob enfrentar o pai - ou a própria vida - e triunfar.
É um filme excelente, do qual - confesso - não esperava muito. Vale a pena para conhecer o cinema holandês, que ainda corre por fora do tradicional eixo europeu.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

TNT

Tenho tv a cabo em casa. Já não assisto com muita frequencia por muitos motivos: poucas novidades, qualidade de imagem ruim, falta de praticidade, etc. Porém até hoje os comerciais não incomodavam muito.
No Telecine e outros os comerciais são rápidos (raramente assisto filmes na globo), ou melhor, não muito demorados. Hoje fui novamente assistir "O Conde de Monte Cristo", dessa vez na TNT. Eu lembrava que esse era o canal com os intervalos mais demorados, mas não sabia que agora eles tem uma dupla de atores fracassados apresentadores que ficam comentando o filme que está passando. Além de contar algumas trivias  de maneira completamente boçal, costumam reproduzir algumas cenas. O problema é que não necessariamente são momentos que já passaram, hoje mostraram cenas futuras. Ainda se fossem cenas irrelevantes, mas não!!  Tudo bem, eu já tinha assistido o filme, sabia tudo que aconteceria, mas mostraram cenas importantes, momentos de tensão, revelações da trama. Haja incompetência!
Eles fazem duas aparições, uma no início do intervalo e outra antes do filme recomeçar. O grande problema é que eles avisam: voltamos em um minuto. Obviamente demoram muito mais que isso, acredito que cerca de 5 minutos! Haja incompetência! [2]
Depois que acabou o filme, eu e meus pais exaustos, chegamos a conclusão de que jamais assistiremos um filme na TNT novamente. O que seria um prazer virou tortura. Eu só queria que o filme acabasse logo pra que eu pudesse ir dormir. Claro que, antes disso, vim aqui postar.

Abaixo o vídeo da dupla de terríveis apresentadores:



"Hollywood é um ovo"
Esse daí não sabe que tá passando vergonha.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O ILUMINADO (1980)


Here's Johnny!



Um dos meus filmes preferidos. Não sou muito chegado ao gênero de terror e nem ao sobrenatural, porém O Iluminado tem outros elementos que bastante me agradam.

É um psico-thriller - Cisne Negro como referência moderna do gênero. A mente problemática de Jack começa a entrar em pane depois de algumas semanas trancado no Overlook Hotel. Os personagens são escassos nesse filme, por isso a ambientação é tão importante. Daria pra dizer que o Hotel é o personagem principal, se eu fosse algum crítico metido a besta. Se eu fosse esse cara também poderia dizer que Stanley Kubrick é realmente um gênio, mas sinceramente não conheço tão bem assim a obra dele.

O enclausuramento, o tédio, os corredores, a mulher e o filho, a comida, o bloqueio criativo, a neve, o labirinto... tudo conspira contra Jack(que também se chama Jack) e a favor da loucura. All work and no play makes Jack a dull boy. Aos poucos ele vai sucumbindo ao barman, quando menos se espera ele já não é mais quem parecia ser. Uma curiosidade: a frase "Here's Johnny" da cena acima saiu de improviso!

Talvez esse seja aquele tipo de filme antigo famoso que um monte de gente ainda não viu e sempre teve curiosidade. Afirmo que não é daqueles chatos, sem ação, soníferos em VHS transferidos para meios de propagação mais modernos. É bom demais, muito marcante! É mais um filme baseado em livro do Stephen King. Esse eu não li e nem quero ler, pois gosto de dormir a noite. Vê o trailer aí...




AH! se alguém algum dia for a São Francisco de Paula/RS no inverno, pergunte pelo lago São Bernardo. Ali fica o Overlook dos pampas.


os homens que não amavam as mulheres


Originalmente chamado de "The girl with the dragon tattoo" e mais originalmente ainda chamado de "Män som hatar kvinnor" esse é o primeiro livro que virou filme da trilogia Millenium, escrita por Stieg Larsson.
O primeiro livro foi lançado em 2008 e aparentemente virou best seller rapidamente. Me foi recomendada a trilogia no final de 2010, o que veio a calhar no amigo secreto de final de ano. O primeiro livro eu engoli inteiro, mal mastiguei. É uma ficção policial rápida e instigante. A estrutura do mistério é clássica: um desaparecimento ocorreu há décadas em um ambiente fechado, tornando todos os presentes em suspeitos do crime. O ambiente é na realidade uma ilha pertencente a uma riquíssima, problemática e desestruturada família sueca. Não vou me estender sobre a história, afinal já existe o livro, um filme e agora sairá sua versão hollywoodiana.
Creio que no primeiro livro a palavra de definição seja suspense. Tanto a respeito do desaparecimento e  quanto em relação aos personagens. Quem diabos é Lisbeth Salander e como ela sempre sabe de tudo? O que tem de errado com os Wanger? Pq o Mikael Blomkvist pega todo mundo?
O segundo e terceiro livros são definidos pela palavra enrolação. Me decepcionaram demais. Confesso que nem terminei o terceiro. O segundo já desceu quadrado, tive que me forçar, não era uma leitura muito prazerosa. Pra mim ficou evidente que o sucesso engrandeceu os olhos da editora, que forçou o autor a produzir mais. Obviamente ninguém ser genial o tempo todo, nem Stieg Larsson, nem Stephen King e nem Ronaldinho "Gaúcho".
OK, sobre os atores. Aqui é há um ponto de análise interessante. A versão americana apostou no novo Bond, o homem do pior sorriso do mundo, Daniel Craig como e protagonista. Deixaram a Salander de lado, um talento novo e que nem é tão bonita e pelo visto se esforçaram para enfeia-la. Na versão sueca Mikael Blomkvist é horrivelmente feio, Lisbeth tem bastante charme, para alguem com estilo tão peculiar.
Estou curioso para ver se o know-how dos americanos vai conseguir melhorar a trama, que por ja ter lido o livro saber tudo de antemão, achei meio corrida na primeira versão. Senti que se eu estivesse absorvendo tudo pela primeira vez talvez ficasse um pouco perdido.
Para quem gosta de ficção policial, suspense e um pouco de ação é uma boa dica!

PS: qual Lisbeth tu preferes?
                            
Sueca
Americana

domingo, 4 de setembro de 2011

Das weiße Band, Eine deutsche Kindergeschichte

Filmado totalmente em preto e branco - se fosse colorido, não teria o mesmo valor, A Fita Branca, de 2010, se ambienta em um vilarejo alemão no início do século passado, pouco antes do início da Primeira Guerra Mundial. Nele, a vida dos habitantes transcorre "normalmente", sob a tutela do conservadorismo e do fanatismo religioso. Acontecimentos estranhos então abalam toda a comunidade.



Nem tempo, nem local são os mesmos. Entretanto, se vê nítida uma relação (não conexão) entre os dois últimos trabalhos de Haneke. O diretor soube como abordar, tanto Caché quanto em A Fita Branca, o comportamento do homem em situações de difícil lida. Mais uma vez, o clímax é o próprio enredo, e não os cinco minutos finais. Isso pode até deixar alguns espectadores revoltados, mas dá mais sentido ainda a obra.
O austríaco teve êxito também em mostrar o quanto somos influenciáveis pelo meio, seja ele a comunidade ou a família, e o quanto isso pode vir a trazer conseqüências drásticas. Naturalismo puro! O que será das crianças no futuro? Certo ou errado, a jogada foi sensacional.
Venceu Cannes 2010. Sem reparos. Pra mim, esse sim, o melhor da década.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

SEX AND THE CITY II

O que motivou o originou esse blog foi a crítica. Não a crítica positiva, como tem ocorrido na grande maioria dos posts, mas sim a crítica feroz, botando o dedo na ferida. Muitas vezes criando feridas para poder botar o dedo. Pouco fiz isso, já que não sou masoquista o suficiente pra ficar vendo merda.

Sempre achei Sex and the City o seriado mais inútil já criado. Jamais consegui assistir um episódio completo, aquela Carrie Sarah Jessica-Parker com cara de cavalo é irritante demais, sempre fazendo caretas que conseguem deixar ela mais feia ainda, além das indagações super profundas sobre sapatos. A outra, a ruiva magrela e com sorriso estranho, simplesmente é uma chata, mas pelo menos é a única que demonstra alguma preocupação com independência e família. A Charlotte é uma típica madame: sempre com histórias de casamento e aparentemente nunca fala em trabalho. A menos pior é Samantha: a liberal.

Estava eu em casa entediado, nada pra assistir na TV. Esbarrei em Sex and the City II. Por um momento passou pela minha cabeça "será que vou conseguir entender o II sem ter visto o I?". Um recado pros interessados: não precisa de bagagem pra entender, é tudo totalmente auto-explicativo e previsível. Resolvi assistir pra finalmente entender qual a moral desse negócio, o motivo de tanto comentário e devoção feminina.

Tudo começa com as inseguranças femininas, encabeçada obviamente pela insuportável Carrie. Coitado do marido tenta agradar e só se fode, não há o que a faça feliz. Ela acredita estar passando por uma espécie de crise matrimonial, sendo que o marido tenta fazer tudo pra agrada-la. A outra, Charlotte, tem que ficar em casa cuidando das filhas. Aparentemente não trabalha e ainda tem uma babá, mas obviamente só reclama da vida. As duas outras são aceitáveis. A aventura e motivo do filme começa quando a liberal consegue um esquemão pra ir a Abu Dhabi com tudo pago pelo Xeque e ainda consegue levar todas as amigas nessa. Porra, baita esquema!!! (calma, elas conseguem fazer merda. Nem pra isso servem!)

Em Abu Dhabi são recebidas com toda a pompa, cada uma tem um Maybach para sí, mordomo e ficam na melhor suíte do hotel. O sonho de toda a mulher: não ter que fazer nada, ganhar tudo na mão o tempo todo e sem pagar 1 centavo. Ok, acho que é o sonho de todo o ser humano, mas não interessa, elas não merecem. Durante a viagem uma é a chata, que leva um monte de guias, planeja atividades, etc. A chata  pelo menos serve pra ensinar alguns detalhes da cultura local. A outra só fica tentando vigiar o marido, insegura e paranóica que vai ser traída. Também, sendo a inútil que é tem que ficar com medo mesmo. A Samantha tarada conhece um milhonario bonitão por lá e acaba fazendo safadeza em público, que ela sabia ser proibido, a polícia flagra o ato e ficha ela. É assim que o Xeque acaba com a mordomia e elas precisam sair correndo pra não ter que pagar nada. Carrie, a mais imbecil de todas, por um desses caprichos do destino, ou falta de inteligência do roteirista, encontra um ex namorado no meio de um feirão(tipo um mercado público mais afudê) em Abu Dhabi. O cara convida ela pra jantar e a idiota vai. Ela fica lá flertando, afinal ela está em uma crise, precisa se encontrar - falta de vergonha na cara. O óbvio acontece e ela acaba beijando o arrombado do ex namorado(que também é casado e tem 3 filhos). Coitadinha da Carrie, fica arrasada, acaba ligando pra contar pro marido. Ele escuta e não fala nada, só diz que está no trabalho e desliga.
A partir daí o negócio vira um humor entre Didi Mocó e Ari Toledo e de uma profundidade sentimental digna de filmes da Jennifer Aniston. Elas se metem em algumas confusões, uma coisa mais ridícula que a outra.

Por fim voltam pra NY e o que acontece na sequencia é de embrulhar o estômago. A piriguete com cara de cavalo Carrie encontra o marido em casa, pra ver qualé da situação. Nessa hora o filme que já era uma merda conseguiu ficar pior. Confesso que me deu nausea. O cara chega e dá um anel com um diamante enorme pra ela e diz: "Isso é para você nunca mais esquecer que é casada". Tem que ser corno mesmo, que pena que ela não fez uma orgia com o Xeque, todos os seguranças dele e mais os camelos, pq esse cara merecia.
Aí está. Esse filme é uma merda. Nota 3,9 no imdb. Lixo. Graças a Alá quando o filme acabou meus amigos vieram aqui em casa. Vou exorcizar qualquer resquício dessa merda do meu corpo com jogatina, whisky e narguile antes que influencie minha masculinidade.