quinta-feira, 28 de julho de 2011

Caché

“Caché”, de 2005, se passa na década passada, em uma cidade francesa. O filme inicia com um apresentador de programa de televisão, Georges, e a esposa analisando uma fita de vídeo. Nela, uma câmera parada mostra a casa do casal sendo vigiada. Depois, além de outras filmagens, recebem envelopes contendo desenhos que aterrorizam marido e mulher. As ilustrações fazem o personagem principal tentar voltar ao passado na busca de uma explicação para o acontecimento. A partir daí, e muito devido ao pânico que se instala após as cartas, Georges começa a viver um conflito familiar. Não só no que tange o casamento em si, mas também na sua relação com o filho.
Haneke soube como abordar não só o comportamento do homem em situações de difícil lida. Teve êxito também em mostrar, como cenário, a sociedade francesa e seus dogmas e recalques contemporâneos. Quem conhece o diretor sabe que o plano de fundo é como o gran finale das produções de Hollywood. É a razão da obra.
Aqui escrevendo, lembrei de Onde os fracos não tem vez (de Hollywood, por sinal). A cena da moeda, em que Chigurh, no cara e coroa, indaga um vendedor se ele não passou a vida inteira apostando. Pois então, chega o momento no filme de Haneke em que não se trata de descobrir quem é o responsável pelos atos, e sim de analisar a “vítima”. Não é ele tão culpado quanto o “vilão”? Não passou Georges a vida inteira “apostando”?
Foi eleito pela Times o melhor filme da década. Não acho que tenha sido, mas vale a pena. Pode apostar!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Mary and Max

Mary, uma criança australiana amarelada e meio estranha. Max, um novaiorquino monocromático, obeso e socialmente desajustado. A amizade improvável começa da necessidade e da mente estranha de Mary: são amigos de correspondência. O que tem todo o potencial para ser uma catástrofe acaba sendo muito menos que isso, mas também não chega a ser um conto de fadas.
O filme de animação(massinha) é engraçadinho e ao mesmo tempo triste pra cacete. Certamente não é recomendado assistir com crianças pequenas. Segue a linha do Amelie Poulain e outros, no que tange o personagem principal, que é alguém desajustado, cheio de manias e com gostos inusitados, porém amável e carismático. A história é bem contada, um pouco cansativa, por isso os 80 minutos pesam. Nada insuportável.
Não espere a estrutura dos filmes de animação da Disney: aquele personagem mascote engraçadinho que todo mundo ama, nem as piadinhas e vilões ortodoxos. Mary and Max é bem diferente disso tudo. É um filme triste e bonitinho, sério e engraçadinho. Ah! baseado numa história real.

Assista!



Pra quem é chorão: tenha lenços por perto.

A música tema também é muito bonita:

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Tales of Mere Existence

Incrível como só agora estou fazendo outro post de alguma coisa que só existe na internet. Na realidade Tales of Mere Existence é também vendido em DVD, mas o critério técnico de enquadramento não interessa nesse momento. É um show do youtube e pronto. A questão é que eu, ultimamente, venho assistindo menos e menos TV e mais e mais YouTube. Esse é um dos shows que eu gosto de assistir, sou inscrito no canal há bastante tempo. É uma pena que não haja maior apoio pra essas pessoas criativas da internet, ainda.



Nos primeiros minutos de vídeo, Tales parece extremamente chato. Inclusive nos primeiros vídeos Tales pode realmente parecer um saco. "Quem é a criança que fez isso?" pode passar pela cabeça. A medida que a pessoa vai assistindo mais e mais vai entendendo que os desenhos são algo pra preencher a tela, é preciso prestar atenção na fala, nem tanto nos desenhos. Acredito que propositalmente os desenhos são simples, afinal assim conseguimos prestar mais atenção na lógica do que está sendo dito. Pode-se definir o Lev (criador) como um escritor com talento para desenhista, ou o inverso disso. De qualquer modo, frequentemente sobre assuntos cotidianos(ex: como carregar os livros na escola), Tales fala da vida pessoal do seu criador, sua adolescência, experiências, filosofias de vida, aspirações. De modo geral me identifico bastante, principalmente nas ideias sobre o sentido da vida e identidade própria(ex: Who the hell am I?). Aparentemente o criador não sabe muito bem quem é, onde se encaixa, como deve se portar e qual o papel dele no mundo. Ele consegue, vídeo a vídeo, criar um cenário bastante interessante para caracterizar-se: é um cara estranho. Porém, quando assistimos mais episódios, fica claro que é exatamente isso que o define, a noção de que ele é um cara estranho, introspectivo, que sabe que não se encaixa, mas tudo bem, não tem problema em admitir e não fica forçando a barra.
Em praticamente todos os vídeos ele é genial, tem alguma tirada e insight muito bom. Tem uma habilidade excelente de formar frases e construir uma história, de modo que consegue passar a sua essência de uma maneira que parece ser muito simples, embora muitas vezes seja algo bastante profundo. Da maneira com que falei parece que é alguma coisa pesada, pretensiosa, mas não. Até mesmo nos seus vídeos mais profundos ele consegue ser descomplicado. Claro que, como já disse antes, ele também fala de assuntos engraçados, com os quais todo mundo consegue se identificar.
Sou um grande fã e espero que ele continue fazendo vídeos e postando eles de graça por muito tempo.

Aí vai um dos meus preferidos:



Já parei pra pensar e cogitei o fato de ele ter criado um personagem paranoico, estilo a maioria dos do Woody Allen, pra fazer sucesso no YouTube. Não quero aceitar essa hipótese, pq assim eu teria mais um personagem parecido comigo, e não a reconfortante prova real  de que há pessoas assim por aí.

Harry Potter

Acabou-se

E agora?

Um guia pocket para a vida pós Harry Potter.

O que fazer?

1. Viva normalmente, aceite o fato, é apenas um filme.
2. Se tu só viu os filmes, que tal ler os livros? Estão cheios de detalhes novos.
3. Leu os livros? Viu os filmes? Repita desde o início. Decore os feitiços.
4. Procure outra série para assistir, porém seja imparcial. Dizem que Percy Jackson é legal!
5. Procure outra série para assistir, sabendo que ninguém é capaz de preencher o vazio deixado por Dumbledore, Harry, Hermione, Hagrid, Ron, Malfoy e até mesmo Aquele-que-não-deve-ser-nomeado. Amaldiçoe Percy Jackson e todos os outros Crepúsculos da juventude atual, que está perdida.
6. Que tal suicídio?

PAUL

Indicação de quem entende muito de cinema: minha irmã.

Desde que assisti Shaun of the Dead me identifiquei com o estilo do humor. Acabei esquecendo, com o passar do tempo, da dupla de atores principais. Até que esses dias minha irmã, com quem frequentemente troco dicas de filmes, me passou PAUL, dizendo que era um filme engraçado em que o Seth Rogen é um E.T. e também com os 2 ingleses aqueles. Bastou pra despertar meu interesse.

Basicamente PAUL é isso mesmo. Um alien e suas aventuras com 2 nerds ingleses aficcionados por E.T.'s nos Estados Unidos. Eu não gosto muito de filmes de E.T., mas esse evidentemente é diferente, já mencionei que o extraterreno do momento é o Seth Rogen.

Além das piadas, situações caóticas e temática de road trip o final ainda ajuda bastante!

RECOMENDADO!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Movin' on Up

Um post rápido só para mostrar que estou vivo.

Faz um tempo, achei no youtube um trailer de um documentário que fiquei louco pra ver. Até hoje não consegui baixar, muito menos achar em locadoras. É um documentário sobre uma das minhas bandas preferidas de soul music: The Impressions.

Aí o trailer



Achei que a importância que eles dão para o Curtis Mayfield e para a música dele está meio demais, será que não? Bem, não assisti o completo ainda.

Pesquisei no imdb sobre, mas há poucas informações, nem nota tem. Foi feito em 2008 e até hoje está sem nota? Estranho. Como ainda não assisti, não vou comentar nada.
Então o que eu quero com esse post é mostrar o The Impressions, com Curtis Mayfield cantando.




Vale a pena ir atrás de mais músicas do grupo, e também alguma coisa solo do Curtis. O soul dos anos 60 e 70 é bom demais, normalmente as músicas tem metais, que dão uma dinâmica muito legal, além de ótimas vozes e ritmo fantástico. Foi uma boa fase pra black music. A música mais famosa dele, Move on Up, parece muito com talvez a música mais famosa do Mayer Hawthorne, The Ills, que fez um cd muito bom no nesse estilo mais antigo. Fica para outro post...

Ouçam!!! Soul music é forte ainda hoje!!!!