terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O Artista


Acho que não vou assistir esse filme, mesmo que seja o nome do Oscar de 2012.
Estou imaginando um cenário: e se eu gosto desse filme? Vou começa a falar pros outros que um filme preto e branco, mudo e francês realmente mereceu ganhar. É o primeiro passo para se tornar um Zé Wilker, o símbolo do crítico insuportável. Nada contra ele, até realmente parece ser gente boa, mas vamos usar aqui o seu nome para essa figura: o chato oficial. Não será mais possível discutir nada sobre cinema com essa pessoa. É o cara que não aprova nada que foi feito recentemente, e quando surge algo bom, ele desaprova a fotografia, a montagem, a atuação dos personagens mais coadjuvantes que o próprio coadjuvante. As referências dele não estão nem na lista dos 250 no imdb, que provavelmente vai dizer que são influenciados pela opinião da massa. Chato, pretensioso, se acha. É aquele cara que vê coisas no filme que ninguem jamais enxergaria. Por exemplo, assiste Beleza Americana e critica a nova geração em sua negação das gerações antigas, ah, e ainda fala sobre o pós guerra. Sempre tem um pós guerra no negócio. É tipo aquele cara que entende muito de vinho e acaba sempre bebendo sozinho. Abaixo um diálogo fictício entre um Zé Wilker e uma pessoa qualquer:

Pessoa Normal:
- Cara, comédia boa é Se Beber Não Case.
Zé Wilker
- Discordo. A comédia para mim nasceu e morreu com Chaplin. O resto é tudo
Casseta e Planeta.
Pessoa Normal:
- Porra, então um thriller animal, Cisne Negro.
Zé Wilker
- Psicose, o original, no máximo. Ainda que a atuação esteja um pouco crua. (os Zé Wilker adoram usar palavras assim pra descrever as coisas)
Pessoa Normal
- Ah, cara, então um suspense bom aí pra ti que gosta dos clássicos, Sexto Sentido.
Zé Wilker
- Acho que vc é realmente um neófito, pois esse filme a que vc se refere faria Hitchcock revirar-se no túmulo.

Pessoa Normal
- Ah vai se fude, vai pro inferno. Vai no cinema sozinho, seu psicopata.


É, acho que não vou assistir O Artista.


(Quem quiser ler uma crítica séria de um Zé Wilker pode clicar AQUI)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Morgen

Morgen é um filme romeno (o segundo post seguido) de 2010, dirigido por Marian Crisan. Tem como personagem central Nelu, um homem de meia idade que vive em uma cidade fronteiriça entre a Romênia e a Hungria. Lá, conhece Behran, um turco que tenta atravessar as "fronteiras da União Européia (UE)" para chegar à Alemanha e encontrar a família.
O filme é seco, sem nenhum tipo de sentimentalismo; entretanto, não há como não se comover (há sim, mas eu confesso que me comovi) com a improvável amizade que surge entre os dois. A crítica velada às leis de fronteira da UE é inteligente e cumpre seu dever de chamar atenção.
Durante a obra, pouco importa o diálogo entre os personagens - até pela impossibilidade de comunicação pela fala; o que vale é a imagem, a situação criada, as atitudes. A câmera, muitas vezes imóvel, o que chega a angustiar, dá o tom duro da filmagem.
Uma película que vale a pena ser vista; um belo drama, que não abusa da pieguice. Ponto para o cinema romeno!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Nueve Reinas

Pelo visto Ricardo Darin é tipo o Selton Melo ou o Wagner Moura da Argentina. O cara simplesmente tá em todos os filmes!
Dessa vez ele é um trambiqueiro, picareta, vigarista, impostor, falsário, falcatrua, embusteiro. Enfim, um especialista em pequenos golpinhos, que está momentaneamente sem seu parceiro, e por não saber "trabalhar" sozinho, necessita de um cúmplice, um aliado, um parceiro, um comparsa. Como dizem, a ocasião faz o ladrão, e é assim que Marcos(Ricardo Darin) conhece Juan, quando esse segundo aplica uma clássica enrolada na hora que uma inocente caixa está lhe dando o troco. Assim começa a parceria entre os dois.
Por aí vai... saem pela cidade engambelando muita gente e de muito jeito diferente. É uma aula de malandragem. Os tipos que aparecem também são sensacionais, aparentemente existe um submundo de malandros especialistas nessa arte. Eis que ao encontrar um desses carismáticos logradores profissionais aparece uma oportunidade única: vender uma cartela de selos raros(as nove rainhas) a um filatelista milhonário.
Fazer isso aparentemente é uma missão simples, mas vai ficando complexo, e o filme cada vez mais interessante. Tem traição, problemas de família, romance, surpresa, o cardápio todo.
Um filme extremamente interessante e original, só o que falta é um trilha sonora animal.
Completamente recomendado, pode confiar, não é nenhuma armação.

Aí está o link pro imdb

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O Homem que mudou o Jogo

Uma história sobre fazer o que tu acha certo, essa é a moral do filme.

Brad Pitt é um manager de um time de beisebol, que segundo o próprio, está na merda. Tanto o time quanto ele. Não tem dinheiro e acaba de perder seu melhor jogador. Imagina a situação. O que fazer?
Ele decide que vai montar sua equipe de outra forma. Ao contrário do tradicional, ele não vai apostar no talento que enxerga nos jogadores, não irá escutar os mais velhos, não irá montar sua equipe em feeling, não irá jogar para a torcida. Ele usa um jovem gordinho muito inteligente e seu talento: o sem vergonha sabe como fazer para vencer. Brad então desafia os seus conselheiros mais antigos, vai contra todos os comentaristas, tudo por acreditar que está fazendo a coisa certa, e por acreditar nos cálculos do gordinho safado.
Tudo bem, um feeling, um talento, um instinto foi o que começou tudo: ele viu que precisava mudar a maneira de encarar o esporte e o gordinho tinha a fórmula que ele procurava. Depois disso, foi tudo estatística. Comprou jogadores em final de carreira, trocou seus talentos, mudou outro de posição - desde que o gordinho "autorizasse". Tudo isso fazia parte de um plano maior, o plano de vencer o campeonato. Por que vencer o campeonato? Simplesmente pela superação. Ganhar com o melhor time não tem o mesmo gosto. O dinheiro do prêmio, o troféu: essas coisas não importam. Somente o sentimento de paz consigo mesmo é eterno. Nossa, esse final foi tão gay quanto a ultima cena.

Eu achei o filme meio chatão, mas mesmo assim gostei. Os americanóides são loucos por filmes de baseball, por isso que tá cotado pro Oscar. Até hoje eu estou pra assistir Field of Dreams e não consegui. O mais próximo que cheguei disso foi Rookie of the Year (admito que foi difícil achar isso no imdb, não lembro por nada o nome em portugues.)

PS: Não precisa entender do esporte pra ficar por dentro do filme.
PS 2: difícil não pensar no Gremio de 95.
PS 3: baseado numa história real!