terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Miss Violence

Nunca tinha visto qualquer filme grego. Li sobre esse num link indicando bons filmes de 2014 fora do círculo midiático. O "fora do círculo midiático" me fez ir atrás (#wannabe). Depois vi que já tinha sido premiado em Veneza e bem avaliado pela "crítica especializada", aquela chata.
Miss Violence não é uma tragédia grega, embora pareça querer. Começa em uma bonitinha festa de aniversário de criança, com bolo e vovôs. Não é que, sem motivo aparente, uma guriazinha de 11 anos se atira da janela do apartamento? Inicia a trama!
Não constitui um thriller e não tem nada de suspense. É um drama sarcástico sobre a classe média ateniense; uma crítica ao machismo, ao abuso de poder, às estruturas da sociedade grega - foi o que eu tentei entender.
No início, é tudo meio confuso e entediante. Tu não sabe quem é o pai da criança, ou se ele é o avô. A mãe tu não sabe se é mãe ou vó, mas tudo vai se explicando conforme passa o tempo. Aí começa a ficar interessante, mas um interesse que logo se dissolve: a causa mortis e o desfecho de tornam óbvios. O filme acaba como começou, apático, chato, ainda que com uma abordagem interessante e coloridas com cenas que pedem estômago vazio. Uma superculpabilização da vítima também parece exagerada; é um tema que, todavia, merece discussão e é bem levantado pelo diretor. Ponto pra ele.
Não conhecia nenhum dos atores e todos me agradaram. Eles ajudam, o enredo é que parece travado. Ainda assim, acho que é uma boa oportunidade pra conhecer o cinema da Grécia. Dizem que o teatro de lá é bacana.