sexta-feira, 28 de outubro de 2011

LEMMY

Isso aqui não é um blog sobre música, portanto não perderei tempo falando o que é Motorhead. Se tu não sabe, vai procurar antes de ver esse filme, pra não apertar play com a ideia errada.
Essa biografia-documentário sobre Lemmy Kilminster, vocalista da banda Motorhead, vem em boa hora. Afinal, O cara tem 65 anos, fuma e bebe, tem diabetes, vive na estrada e toca na banda mais barulhenta do mundo(está no guiness). E Ele faz isso desde 1975 sem parar por nenhum ano. Não é um exagero, é a realidade.



Dito isso, o filme conta sua vida de modo bastante simples. Começa com uma entrevista em rádio, Ele responde algumas perguntas, nada sobrenatural. Ele vai falando de suas influências e contanto como sua vida musical começou e como chegou onde chegou. Essa é a linha do tempo em termos gerais.
Entrecortado aparecem pedaços da vida dele: o seu bar preferido, seu apartamento totalmente abarrotado de quinquilharias, seu filho, a vida na estrada. Assim vai indo. Enquanto conhecemos mais a história de Lemmy vamos também conhecendo sua personalidade, quem diria, um cara muito simples. Ele só precisa de um Jack com Coca e cigarros. Inúmeras personalidades dão depoimentos: Dave Grohl, James Hetfield, Dave Navarro, Billy Bob Thornton. Todos idolatram Lemmy, que simplesmente influenciou tudo e todos. Ele foi roadie do Jimmy Hendrix. Ele viu os Beatles tocarem no Cavern Club.
Alguns devem pensar: ele já tá velho, devia se aposentar. A resposta vem da própria lenda: E fazer o que? Eu já fiz isso por tanto tempo que não sei fazer nada além disso. Sendo "isso" a mais pura definição de rock n roll.
Eu já admirava antes de ver o filme. Depois virei devoto.

Camera: Lemmy, algum arrependimento(na vida)?
Lemmy, em um reflexo: Nenhum.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Nem Tudo é o Que Parece

A começar pelo título. Parece um filme de ação-policial-crime-drogas? Para mim não parece, pelo título. Pois é. E é muito bom!
Layer Cake é bem estruturado, prende a atenção e engana desde o momento que parece um filme simples.  Algumas tramas se costuram, personagens somem e aparecem. Sombrio e misterioso na medida, complexo e simples em equilibrio. Outros filmes de gangsters não servem bem para comparação, sei lá, assiste se quiser comparar. Estamos dizendo que é uma boa película.
Daniel Craig, o famoso Bond da porradaria, é um gangster low-profile que sonha com sua aposentadoria. Ele acredita estar quase lá, porém recebe um chamado especial de seu chefe, Jimmy Price. Aí o negócio começa a encrespar. Outro traficante, o Duke, extravagante e arrogante entra numa jogada com uns tchecos, chechenos, russos, romenos, sei lá. A filha de um milhonário(talvez bilhonário, agora esqueço quantos são os zeros) chamado Eddie Temple some. Caixas de extasy precisam ser vendidas e ao mesmo tempo encontradas.


Essas pontas acabam sendo amarradas, todas ao redor do esperto, ardiloso, astuto e sagaz personagem do Daniel Craig. Como ele vai se livrar das bombas que não param de explodir no colo dele? Ele sobreviverá? Como? Conseguirá se aposentar?
Bem, se tu fosse tão esperto quanto ele.... Rá!!!!

sábado, 15 de outubro de 2011

Kamchatka

Eu já conhecia bastante coisa do cinema argentino antes de O Segredo de seus Olhos, mas é evidente que o país deu um passo gigantesco após o aclamado filme de Campanella. Minha namorada considera o melhor filme sulamericano já visto, quiçá mundial. Meu pai não esperava tanto, mas viu e achou espetacular. Assino embaixo a opinião dos dois.
A partir daí, fomos procurar mais de Ricardo Darín - herói argentino - e a produção de los hermanos, e encontramos Kamchatka, indicado pela Argentina ao Oscar de melhor filme estrangeiro de 2002. O diretor é Marcelo Piñeyro e conta sobre Harry ("Rári", em ispanglês), um menino que foge com os pais da cidade para uma casa de campo em virtude do Regime Militar.
É interessante a abordagem do filme: não se baseia em contar maus-tratos e perseguições durante a trágica época - fim da década de 70; e sim em fixar na figura do guri, mostrando como ele lida com a situação e suas intempéries.
Mais uma vez, é um filme sobre criança, mas não de. Tem uma fotografia belíssima, o elenco é excelente, embora o enredo não se compare ao de O Segredo de seus Olhos - comparação injusta, também. Fico feliz por termos um cinema latino de qualidade, embora nessa questão Maradona esteja a anos-luz de Pelé. Desculpa, Pablo.

domingo, 2 de outubro de 2011

Spoorloos

O silêncio do lago é uma produção holandesa, de 1987, de George Sluizer. Baseado em Het Gouden Ei, de Tim Krabbé, conta a história de um jovem casal que vai passar as férias no litoral francês.
No meio da estrada, Rex e Saskia param em um posto de gasolina, e ela repentinamente some. Então, ao invés de tentar fazer o espectador descobrir o seqüestrador ou assassino, o filme fez o não óbvio. Já de cara mostra o responsável, seguindo, a partir daí, sua vida comum  - casa, família, etcetera.
Por outro lado, Rex passa três anos de sua vida fixo na idéia de saber o paradeiro de Saskia. Recebe, inclusive, cartas do suspeito em tom de provocação. Elas são convites para o rapaz comparecer a locais próximo do acontecimento.
É um thriller excelente, que lembra muitas vezes Hitchcock (eu disse “lembra”, com a concordância da namorada), principalmente na relação sonoridade-ambiente. Sluizer produziu em seguida uma versão americana, que dizem não ser tão boa quanto a holandesa. Ainda não tentei.