sexta-feira, 20 de julho de 2012

Whisky

Mais um filme pampeano de baixo custo. Mais um ponto para o cinema latino-americano. Whisky foi realizado em 2004 por Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll. Fala da história de um uruguaio judeu entre os seus 50 e 60 anos dono de uma fábrica de meias. Lá, tem uma supervisora, Marta, um pouco mais nova que o dono, que cuida e organiza os afazeres do lugar. A relação entre os dois é seca: sim, não, gracías.
Jacobo tem um irmão - Herman - que após um belo tempo, resolve visitar Montevidéu para prestigiar o matzeiva da mãe de ambos. [Matzeiva é uma celebração judaica em que se coloca uma pedra no túmulo do falecido após um ano da morte (corrijam-me)]. Pra não ficar mal na parada, o protagonista convida Marta para ser sua mulher nos dias da visita. Ela aceita.
O desenrolar da película é bem interessante, já que Herman é um cara bem mais sociável que o irmão. Isso desperta em Marta o sorriso, a brincadeira. Jacobo sente ciúmes.
Talvez pra ti, mais uma vez, o filme seja meio paradão. As vezes parece uma série de fotografias de tão devagar, falta o clímax. Entretanto, o enredo é rico e consegue combinar bem drama e comédia. Só Jacobo que não consegue dar umas risadas.

DARK SHADOWS


Por Roberta Bins Ely, a moça do Arrotando Picanha

A sinopse parece promissora: um vampiro é aprisionado e se liberta 200 anos depois,
caindo de pára-quedas nos Estados Unidos da década de 70, talvez uma das épocas mais
cafonas da nossa era. Só aí já reside uma boa receita para o engraçado e para o inusitado.

Baseado na série homônima que foi sucesso entre os anos 60 e 70, o filme Dark
Shadows (ou Sombras da Noite, inacreditavelmente traduzido de forma literal) conta a história
de Barnabas Collins (Johnny Depp), um cara charmoso do século XVIII que é amaldiçoado por
uma bitch mal amada (e bruxa), se transforma em vampiro, é fechado em um caixão por duas
centenas de anos, e ressurge no século XX para conhecer seus descendentes (meio losers e
igualmente amaldiçoados), e tentar tirá-los da pindaíba.

A coisa toda parece meio insana, mas dado que quem comanda esse show é o diretor
Tim Burton, responsável por clássicos como Beetlejuice (ou Os Fantasmas se Divertem),
Batman, Batman Returns, e Edward Mãos de Tesoura, a gente chega no cinema com certa
expectativa. Além disso, pra quem viu o trailer, as tiradas parecem boas e a
estética “burtoniana”, impecável.

Esta última (a estética), de fato, não decepciona. Os cenários escuros, de influência
gótica e expressionista, e as maquiagens bastante caricatas (basta ver o rosto do personagem
principal), deixam o clima do filme “mais Burton, impossível”. Já quanto à outra parte, tenho
minhas dúvidas. Fiquei com a impressão de que vi quase tudo de mais engraçado e
interessante no trailer.


Tim Burton consegue, normalmente, unir o horror ao engraçado com sucesso. E
acredito que tenha sido essa a tentativa com Dark Shadows. Porém, à exceção de algumas
tiradas boas que se valem, especialmente, das situações inusitadas ocasionadas pelo longo
período que o protagonista permaneceu “fora do ar”, o filme não consegue se aprofundar em
nenhum aspecto. Nem no horror, nem na comédia. Talvez por isso eu também não consiga me
aprofundar muito nesse review.

O fato é que, em uma mansão com tantos personagens peculiares e até um tesouro,
ambientados em uma pequena cidade monopolizada por uma bruxa-empresária-de-sucesso,
me impressiona o número de oportunidades para prender a atenção do público. Me
impressiona, também, a temperatura morna que se estabelece ao longo do filme. Nem o trio
Johnny Depp, Helena Bonham Carter e Michelle Pfeiffer conseguiu me fazer sair do cinema
dizendo mais do que um “ok, legalzinho”. Mas ok, foi legalzinho.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Larry Crowne

Final de semana também assisti Larry Crowne. Não sou muito de comédia romântica. Não sou nada fã de comédia romântica. Normalmente é tudo tão manjado e previsível, forçado, estereotipado... Mas essa tinha o Tom Hanks, então fui até o final. Tinha também a Julia Roberts, mas ela não importa.
Tom Hanks se chama Larry Crowne. Ele é um cara de meia idade e solteiro que perdeu o emprego. Para se reinventar (usando palavras do IMDb) resolve fazer faculdade. Uma das cadeiras tem como profe a Julia Roberts, que anda amargurada com a vida.
Coisas começam a acontecer, mas tudo solto, sem explicação. Por algum motivo ele faz uma amiga, bem mais nova, que resolve deixar ele cool. Dá roupas novas pra ele, introduz o velho na gang de scooter dela, decora a casa dele e até lhe corta o cabelo. Uma bondade genuina e altruista digna de uma freira. Por que ela tá andando com ele? Ela perdeu o pai? Ela precisa de dinheiro? Não sei!!! Por algum motivo a professora se interessa um pouco por ele ao mesmo tempo. Sei que no final ele estuda, se dá bem em todas as matérias e acaba ficando com a profe. Até agora não entendi direito como e nem o porquê. Num momento ela fala que ele cheira bem, mas é só. Tá fácil, hein!
É um filme meio sem pé nem cabeça, sem graça e que me deixou triste pelo Tom Hanks. Ele não precisava ter se queimado. E também pela Julia Roberts, porque, se algum dia ela foi bonita, já faz um bom tempo. Toda a vez que tinha um close nela, eu não conseguia parar de olhar pra boca e pros dentes dela. Não sei muito bem o que é, mas tem alguma coisa de errada ali.
Não sei como conseguiu 5.9 no IMDb. Lixo!

Pra quem quer uma comédia romântica realmente boa eu recomendo:


Escola do Rock

Tá aí um filme que eu não canso de assistir. Esse último domingo estava eu passando os canais e me deparo com ele. Me agrada a inocência, tanto das crianças como do professor, a forma genuina como se relacionam. A música é linguagem universal e suficiente para aproximar gerações. Claro que pode ter também o efeito oposto. Poucas coisas definem a personalidade de alguém como gosto musical. O gosto por filmes é parecido. Quem não gosta de Escola do Rock já ganha minha desconfiança: ou é ruim da cabeça ou gosta do Michel Telo.

Acho difícil que alguém não conheça a trama, que é de 2003, mas aí segue. A história é de um músico fracassado, expulso da própria banda, que precisa de dinheiro. Ele intercepta a ligação do roommate e resolve que vai se fazer passar pelo amigo para poder trabalhar. Só que o amigo é professor, e o gordo sem vergonha só entende de música. Então na hora da verdade ele acaba dando aula disso, de música, tanto prática como teórica. Para saber o resultado tem que assistir. Pra quem não sabe o filme tem todo o perfil Sessão da Tarde, mas é realmente muito bom. Pra adultos, crianças, famílias ou forever alones. Definitivamente um clássico!
Destaques: A trilha sonora (obvio), Jack Black e os riffs de boca e danças, as crianças prodígio e a música principal (video abaixo) que é muito legal!!




domingo, 8 de julho de 2012

La Ventana

É fato que o cinema argentino me chama atenção. Não sei se pela atmosfera sombria, diferente do ensolarado Brasil, como contraponto; não importa, gosto dez vezes mais de nuvem do que de sol. Bobagem, estou falando agora de A janela, filme pampeano de 2008. A película é dirigida por Carlos Sorín, conhecido também por El perro e Historias Mínimas, que receberam boas cotações no IMDB.
A obra em questão começa com um sonho de um velhinho, que mora numa fazenda no interior da Argentina. É uma memória da infância, que lembra um episódio em que fora cuidado por uma babá, enquanto os pais davam uma festa no casarão. Daí se desenvolve a trama, durante apenas um dia, com o senhor se preparando para a chegada do filho. O herdeiro é pianista e mora na Europa e não visitava o pai há alguma hora.
Pra ti que tá mais acostumado com bandido e mocinho, nem perde o tempo. É um filme parado, em que a maior emoção é o velhinho se aventurando de pijama pelos hectares da fazenda. Por outro lado, se tu gosta de um clima nublado e, até certo ponto, bonitinho, vai fundo. O filme se desenrola devagar, lembra quando o cinema engantinhava em termos de efeitos especiais, e isso enriquece - pelo menos na minha visão. Se pensar em desistir no meio, não pára... o final é lindo.