sexta-feira, 20 de julho de 2012

DARK SHADOWS


Por Roberta Bins Ely, a moça do Arrotando Picanha

A sinopse parece promissora: um vampiro é aprisionado e se liberta 200 anos depois,
caindo de pára-quedas nos Estados Unidos da década de 70, talvez uma das épocas mais
cafonas da nossa era. Só aí já reside uma boa receita para o engraçado e para o inusitado.

Baseado na série homônima que foi sucesso entre os anos 60 e 70, o filme Dark
Shadows (ou Sombras da Noite, inacreditavelmente traduzido de forma literal) conta a história
de Barnabas Collins (Johnny Depp), um cara charmoso do século XVIII que é amaldiçoado por
uma bitch mal amada (e bruxa), se transforma em vampiro, é fechado em um caixão por duas
centenas de anos, e ressurge no século XX para conhecer seus descendentes (meio losers e
igualmente amaldiçoados), e tentar tirá-los da pindaíba.

A coisa toda parece meio insana, mas dado que quem comanda esse show é o diretor
Tim Burton, responsável por clássicos como Beetlejuice (ou Os Fantasmas se Divertem),
Batman, Batman Returns, e Edward Mãos de Tesoura, a gente chega no cinema com certa
expectativa. Além disso, pra quem viu o trailer, as tiradas parecem boas e a
estética “burtoniana”, impecável.

Esta última (a estética), de fato, não decepciona. Os cenários escuros, de influência
gótica e expressionista, e as maquiagens bastante caricatas (basta ver o rosto do personagem
principal), deixam o clima do filme “mais Burton, impossível”. Já quanto à outra parte, tenho
minhas dúvidas. Fiquei com a impressão de que vi quase tudo de mais engraçado e
interessante no trailer.


Tim Burton consegue, normalmente, unir o horror ao engraçado com sucesso. E
acredito que tenha sido essa a tentativa com Dark Shadows. Porém, à exceção de algumas
tiradas boas que se valem, especialmente, das situações inusitadas ocasionadas pelo longo
período que o protagonista permaneceu “fora do ar”, o filme não consegue se aprofundar em
nenhum aspecto. Nem no horror, nem na comédia. Talvez por isso eu também não consiga me
aprofundar muito nesse review.

O fato é que, em uma mansão com tantos personagens peculiares e até um tesouro,
ambientados em uma pequena cidade monopolizada por uma bruxa-empresária-de-sucesso,
me impressiona o número de oportunidades para prender a atenção do público. Me
impressiona, também, a temperatura morna que se estabelece ao longo do filme. Nem o trio
Johnny Depp, Helena Bonham Carter e Michelle Pfeiffer conseguiu me fazer sair do cinema
dizendo mais do que um “ok, legalzinho”. Mas ok, foi legalzinho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário