domingo, 7 de julho de 2013

Gael García Bernal talvez seja hoje o maior ícone do cinema latino-americano. Desde Amores Peros, protagonizou diversos filmes interessantes e de alto conceito, o que o levou a Hollywood, por fim. Todos muito bons, realmente, e de brilhante atuação do mexicano. Agora, ele volta às raízes pra ser o mocinho em No, filme chileno do ano passado, dirigido por Pablo Larraín.
Todo filme chileno é sobre ditadura? Sim, o que não tira a qualidade do último. Brincadeiras a parte - acho que o outro filme que assisti de produção no país mais fino do mundo foi Machuca (excelente!) - a película sobre a qual comento é baseada em fatos reais. Em 1988, a ditadura de Pinochet convocou um plebiscito para saber se a população desejava ("SÍ") ou não ("NO") a manutenção do próprio no poder por mais oito anos. Aí entra René Saavedra - vivido por Bernal - publicitário que, convidado, decidi cooperar com a campanha a favor do NO; por outro lado, seu chefe de empresa, é "conselheiro" do SÍ.
Como toda película que tem qualquer tipo de regime opressor como pano de fundo, é fundamental um pouco (ou muito) romantismo. Saavedra - um homem, no mínimo, necessário - é separado, tem um filho, vive um vai-e-vem com a ex-esposa (ou uma tentativa disso), que é inclusive mais engajada politicamente que ele. Ao mesmo tempo e, obviamente, se envolve com os opositores do regime; assim, também é perseguido, e toma partido a partir disso - o que o torna mais rico como pessoa.
"No" é um filme excelente, não serve apenas como mais um clichê. Concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro e perdeu para "Amour", outra pérola de Michael Haneke - o que, na minha opinião, não o coloca em um nível abaixo.

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