domingo, 22 de setembro de 2013

Budapeste

Há tempos não comentava filme brasileiro; nem sei se já o havia feito aqui no blog. Dessa vez, me pareceu válido.
Depois de um giro europeu em Agosto, decidi ler "Budapeste", o livro de Chico Buarque, ganhador do Jabuti em 2004. A capital húngara foi, depois das cidades portuguesas, e talvez junto com Berlim, dos lugares que mais me encantou. Nada mais justo que revivê-la com a literatura.
O filme foi consequência. "Budapeste", baseado na obra, é de 2009 e foi dirigido por Walter Carvalho, o mesmo de "Amarelo Manga" e "Abril Despedaçado".
Como o livro, conta a história de um ghost-writer, José Costa (que na Hungria vira Kósta Zsoze) que, sem querer, acaba fazendo escala na terra magiar. Lá, e consumido pelos conflitos do casamento com Vanda, com quem vive no Rio de Janeiro, acaba se encantando por Kriska; não só por ela, mas pelo idioma local, "língua que até o diabo respeita".
Digamos que Kósta (mais autêntico assim) é um profissional frustrado e isso se torna claro no decorrer da película. Eu, como espectador, transformei a empatia inicial num sentimento de, digamos, "que cara chato" depois de algumas cenas. O personagem, talvez o que tem de melhor no filme, me pareceu muito bem interpretado por Leonardo Medeiros.
A máxima, pelo menos a minha, é "um filme é sempre pior que um livro". Ponto pra mim; sempre falta algo - o chato sou eu, agora. Ademais, "Budapeste", como a grande maioria da cinematografia brasileira (pornochanchada!), acaba pecando no excesso de sexualidade... sensualidade... nudez... é tudo putaria tupiniquim... posso assim dizer? O Rio de Janeiro, e o Brasil como extensão, não se resume a sexo e violência. A Argentina, anos-luz a nossa frente, não se resume a tango e dramaticidade; e o cinema local sabe como usá-los não só a seu bel-prazer.
Ainda assim, tem méritos a obra e acredito que seja válido ocupar o tempo com ela. Mas primeiro lê o livro. Né felt! 


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